Pós fim
Ainda me poupem pelos meus pensamentos. É que eu gostei desse:
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01h27 - Por que as pessoas que vivem na favela, em sua maioria, são muito mais unidas do que as pessoas que vivem em um condomínio num prédio? Por que as pessoas querem privacidade e depois sofrem de carência? O ser humano, com todos os seus defeitos, não pode viver totalmente isolado. Isolado estaria o ser insano - às vezes por conta própria, às vezes pelos outros seres.
01h30 - Os mais novos que traçam uma vida totalmente diferente de seus ascendentes vivem mais felizes e são mais saudáveis que estes. Totalmente diferente, eu digo considerando o DNA, que sempre vai levar a pessoa a fazer coisas idênticas às de seu sangue - na maioria dos casos.
01h32 - Porém, eu sempre me pergunto: quando já soubermos ser saudáveis e vivermos o fim do desenvolvimento e o começo de uma era paradisíaca (aos olhos humanos), o que iriamos querer depois? Por que viveríamos então? Qual seria o motivo ou a fé que nos faria acordar todos os dias, além da pura existência? Não ficaríamos doentes por ter tudo, e talvez ainda querermos mais? (supondo que esse mais já foi alcançado, apesar de tudo ser meio infinito)
01h35 - A minha teoria é que, ao chegar neste ponto, a humanidade atual - o ser humano "Homo sapiens sapiens" - se extinguiria justamente pelas suas limitações. O ser humano de hoje se limita ao seu individualismo carente, que é querer tudo pra si e querer, às vezes, a atenção de todos. A outra limitação é sua posse: querer tudo e sempre mais e mais. Também aponto como restrição é a doença psicológia que se forma sozinha, por natureza: no fim, quando o "Mais" for alcançado, as pessoas poderiam, talvez entrarem todas em depressão por simplesmente não ter o que fazer. Isso é só uma teoria.
01h43 - Então, como todos os Homo sapiens sapiens iriam morrendo aos poucos, seus descendentes veriam seus erros e talvez suas limitações, e tentaríam seguir o oposto - porque afinal, todo ser vivo quer continuar vivo. Seguindo o oposto, talvez criariam uma nova raça, uma nova educação, e seus filhos sentiriam-se obrigados a seguir alguns conceitos estranhos ou sempre o "certo" OU talvez se adaptariam e formariam um novo ser "humano" em sua próxima geração.
01h44 - Se por acaso se sentirem pressionados pelo sistema do "ter-tudo", quereriam nada, e alguns seguiriam o contrário, até o contrário ser o comum. Quando "nada" for comum, as pessoas quereriam o contrário, e novamente buscariam "ter-tudo" (um novo Deus, rsrs: nos tempos de hoje mais conhecido como Dinheiro). Enfim, seria um ciclo vicioso e sem fim. Por isso opto pelo fim, apesar de parecer infinito.
01h47 - Só que toda vez que penso nisso, me vem algo do tipo "o que as pessoas pensariam, que eu odeio a humanidade? que eu a acho imperfeita?" Tá, admito que acho sim. E admito que não gosto da perfeição, não quero que tudo seja perfeito porque acho que não teria nenhuma graça. Eu gosto de mudança. Aliás, acho que a resposta para muitas coisas é a mudança. Menos para a mudança. Se alguém está chateado com a vida, a mudança o fará bem. Mas se alguém tem problemas de mudar frequentemente, talvez passar um mês de férias na casa da madrasta (ou tia da Pollyanna) faria a pessoa entender o outro lado. Na minha opinião, o ser humano sempre busca o contrário do que é proposto para se satisfazer, para DEScontrair.
01h51 - Sim, admito que isso é papo de quem não está satisfeito com o mundo e quer que ele mude. Eu não espero que ele mude de uma hora pra outra. Esperar às vezes é frustrante. Porém agir é completamente esperançoso (ô, paradoxo!). Muitas pessoas esperaram demais e morreram. Algumas pessoas pararam de se preocupar com o que as outras pessoas a obrigavam a fazer e simplesmente mudaram o mundo. Essas pessoas são as tais "nunca-morrem".
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Mari,
ResponderExcluirgrande surpresa e beleza para mim: você escreve e desenha bem... Comentários? Respondo com duas citações. Primeiro a advertência de Nietzsche: "Temos a arte para que a verdade não nos destrua". Depois, Maiakóvski:
"Se houvesse tinta no Inglaterra (*), talvez você não cortasse os pulsos...
Para que aumentar o rol de suicidas? Antes aumentar a produção de tintas!
General da força humana, verbo, Marche!!
Que o tempo cuspa balas para trás e o vento no passado só desfaça um maço de cabelos...
Para o júbilo, o planeta está imaturo.
É preciso arrancar alegria nesta vida.
Morrer não é difícil;
Difícil é a vida e seu ofício".
(*) Inglaterra - Nome do hotel em leningrado onde o amigo de Maiakóvski, também poeta, perseguido por stalinistas, suicidou-se, escrevendo com o próprio sangue na parede um outro poema, certamente, não tão imortal quanto este. Um poema de um que "nunca-morre".
Beijos,
Betão
Queres mudar o mundo? Tens alguma ideia para o Parlamento Jovem? Fale comigo. Mande email. Grite. "Eu não posso acreditar num Deus que não dance" - Nietzsche
ResponderExcluirBetão
O problema são as idéias, quanto mais penso nelas, menos chego em conclusões.
ResponderExcluirAinda estou estudando bastante, talvez não seja hora de forçar pra arrumar alguma idéia.
Brigada!