São Luiz do Paraitinga
Em Setembro de 2012, fui junto com o 2º Semestre de Arquitetura e Urbanismo (da FAUS), fazer uma pesquisa urbanística em São Luiz do Paraitinga, cidade que teve suas estruturas destruídas pela enchente do fim de 2010.
Por sorte, por ser uma cidade folclórica e importante pela cultura tradicional, obteve bastante ajuda de empresas de construção civil, do governo e de autônomos. As doações à cidade fizeram com que fosse relativamente rápida a sua reconstrução. Em menos de um ano a cidade já funcionava normalmente: as escolas já lecionavam alunos, e os demais equipamentos urbanos já estavam funcionando e encaminhados para mudanças na estrutura da cidade.
Em 2012, só restavam alguns casarões cujos donos possuíam mais de 10 salários mínimos (portanto não receberam ajuda monetária), e os casarões mais difíceis de se reconstruir, pelo poder histórico: as igrejas.
As minhas duas únicas contribuições artísticas foram sobre o processo de tombamento da cidade. Na primeira imagem, temos um casarão cuja água da enchente dissolveu sua base, do método construtivo da época em que o prédio foi feito. Esse método chamamos de taipa de mão, ou pau a pique, cuja estrutura é feita do entrelaçamento de madeiras verticais e horizontais, amarradas com fibra vegetal, e entre elas preenche-se de argila (barro). Ela é característica do século XVIII, e toda a arquitetura da cidade a segue, por ser uma cidade imperial.
O grande problema enfrentado pelo IPHAN e pela CONDEPHAAT, é enfrentar o tradicionalismo e passar a construir os novos casarões com outro método construtivo, para não existir o mesmo problema caso haja alguma repetição do evento de 2010. Mesmo assim, será mantida toda a construção que ficou intacta mesmo após a enchente, para que haja uma memória histórica da edificação.
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Casarão destruído pela enchente de 2010. |
Igreja da Matriz em 2012. |
estendeu acima da Igreja da Matriz, a maior perda dos cidadãos de São Luiz do Paraitinga. Essa é a Igreja que fica no centro da cidade, localizada em frente a um coreto numa praça de encontro. A Igreja era o ponto de encontro de qualquer pioneiro e turista, tanto para feira de mercadorias em geral, como apresentações religiosas, e comemorações diversas - inclusive o carnaval hiper conhecido de São Luiz do Paraitinga.
Assim como o casarão acima, a igreja também deve sua argila completamente dissolvida, alem das imagens de santos quebradas, enterradas e perdidas. Os cidadãos saíram em busca das imagens assim que a água baixou ao nível do rio. A fé é algo importante e indispensável numa cidade pequena e tradicional. Visto isso, construíram uma cobertura simples, porém gigante, para que as missas continuassem firmes e fortes no mesmo local.
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O que sobrou do interior da Igreja da Matriz |
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Fizemos a pesquisa de toda a cidade e sua infraestrutura. Para quem tiver maior interesse, publicarei o Documento Adobe Reader que reúne toda a pesquisa, que meu grupo de trabalho organizou, e eu diagramei (como entendedora do WebDesign, kkk). Para acessá-lo, basta clicar na imagem abaixo:
Também fizemos um blog especialmente para a pesquisa, com informações variadas sobre a cidade: http://saoluizparaitingafaus2012.blogspot.com.br/ (PS.: Não reparem na bagunça!)
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